13 de fevereiro de 2010

Madame Bonheur

Ela, uma menina normal, daquelas que passa despercebida na rua por você, tomou uma atitude radical! Decidiu não procurar mais a pessoa amada.
Queria que as coisas fluíssem naturalmente. Agora, era ela que queria ser procurada.
Mas vocês sabem como é, o tempo passa... ficamos mais velhos... e o desespero da menina só crescia com o passar de seus relacionamentos superficiais. Ela agora queria algo concreto.
Decidiu procurar uma cartomante!
Madame Bonheur.
Com a promessa de ler o futuro, de trazer a pessoa amada e de explicar o passado, a menina acreditou que essa era uma oportunidade que não podia deixar passar.
A casa era velha, mas nem por isso acabada. Cheirava a veludo velho. Ela pode contar no mínimo uns cinco gatos diferentes no jardim.
Entrou. Apreensiva, com pequenos passos dirigiu-se até a porta. Bateu. Três vezes fora o necessário. E abriu uma mulher já de certa idade, mas muito bonita. Suas rugas eram mais de preocupação do que de tristeza. Vestido em tom pastel e os cabelos um pouco grisalhos, lhe dava um aspecto sereno e acolhedor.
A menina despejou todos os seus problemas na pequena mesa onde a cartomante atendia.
Durante uns quinze minutos só se ouvia a aguda e suave voz da menina enquanto a cartomante fitava suas cartas.
"E aí?" perguntou a menina.
A cartomante respirou fundo, olhou nos jovens olhos castanho e lançou: "Você teve a chance de ser feliz. A sua felicidade está próxima a você. Basta querer ser feliz."
"Só isso?" indagou a menina.
"Sim! Acredite no que direi: sua felicidade é você quem faz!"
A menina saiu de lá um pouco desacreditada na cartomante, mas virou a esquina e decidiu fazer aquelas palavras se tornarem realidade.


Desenho: Rodrigo Falco

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